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Mídia, violência e UPP - Por Marília Gonçalves

Terror, caos, guerra civil. Essas têm sido palavras ouvidas pelos cariocas para se referir aos acontecimentos dos últimos dias na cidade. Ataques de criminosos a carros e ônibus estão sendo respondidos com ação enérgica de enfrentamento da polícia, com a já conhecida invasão dos carros blindados do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) nas favelas. A mídia tem posto os fatos na conta das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

A Secretaria de Estado de Segurança, comandada por José Mariano Beltrame, tem como principal programa desde 2008 o novo modelo de policiamento comunitário, que implantou UPPs em mais de dez favelas do Rio. A política de enfrentamento já não era a ação prioritária do governo. Agora, o poder público volta a defender ações enérgicas de combate ao tráfico nas favelas. Com isso, mais de 30 pessoas foram mortas em três dias.

Para o subsecretário de Estado de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos do Rio, Pedro Strozenberg, a política da UPP não substitui a do enfrentamento, e as duas podem não ser contraditórias. “A gente é que vai definir se os discursos são antagônicos ou se eles coexistem. Minha esperança é que essa política seja pontual, e que a política do entendimento, do diálogo, das relações comunitárias prevaleçam no cotidiano”, disse. O advogado defende que a lógica do enfrentamento já foi experimentada sem sucesso na cidade, principalmente quando se pensa em uma política continuada.

Pedro afirma ainda que cabe à Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEAS-DH) acompanhar e monitorar os acontecimentos neste momento. “O número de mortos é uma enorme preocupação. Não importa se são bandidos ou não. Cabe a nós da área de direitos humanos pressionar por dentro do governo, cabe à população pressionar em suas instâncias de mobilização social, para que a gente possa ao máximo controlar e conduzir isso de maneira respeitosa aos direitos humanos”, afimou.

Economia como causa da violência?
O tema “A década do medo: mídia, violência e UPP” foi debatido no último dia 25, na 16ª edição do Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação. A mesa reuniu, além de Pedro Strozenberg, o delegado da 52ª DP, Orlando Zaccone, o jornalista José Arbex Junior, o presidente da Apafunk, MC Leonardo, e Márcia Jacintho, da Rede Contra a Violência.

O delegado Zaccone diz ser chamado de “delegado pensador” por seus colegas, em forma pejorativa, porque gosta de estudar e refletir sobre seu trabalho. A prática, segundo ele, não é comum entre policiais. Nem entre jornalistas. Zaccone é também formado em jornalismo e acusa que em ambas as profissões o profissional não foi feito para refletir sobre o que faz. “São máquinas de produção. Não pensam”, disse.

Para Zaccone, não basta pensar que a polícia vai resolver todo o problema. A função da instituição não é estabelecer a ordem, mas mantê-la. Em 1992, conta o delegado, o termo “arrastão” foi criado pela mídia, para se referir à reprodução nas areias das praias cariocas da teatralização das brigas nos bailes funk daquela época. “Os ‘arrastões’ eram pensados como resultado da falta de uma política de segurança adequada. Hoje, eles são pensados justamente como resultado de uma política de segurança que a mídia apresentou por tanto tempo como adequada. O que o ‘arrastão’ tem a ver com política de segurança então? Nada. Nós não somos os salvadores da pátria da desordem. Chama um economista aí para a mesa. Pensar na política econômica como causa é mais difícil”, declarou.

Fonte: http://www.observatoriodefavelas.org.br/observatoriodefavelas/noticias/mostraNoticia.php?id_content=961

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