O QUE A ONG FAZ...

"Um novo modo de pensar, para uma nova maneira de agir." É com esse lema que nós buscamos levar educação em direitos humanos, política e cidadania para todos que queiram discutir tais conceitos, acreditando que a partir da reflexão e discussão dos temas de interesse geral do cidadão, cada um tem a capacidade em si de transformar sua realidade.

COMO PARTICIPAR?

Você pode entrar em contato com a ONG Pensamento Crítico através do email pensamento_critico@pensamentocritico.org, ou nos visitar em nosso endereço: Rua Cristiano Viana, 841, CEP 05411-001, Pinheiros, São Paulo, SP ; pelo telefone 3228-4231; ou através de nossas mídias sociais.

Curso Introdução à Economia Solidária

Cursos Gratuítos de Cultura Yoruba

Quilombos e Quilombolas - Debate Cedem/Unesp

Mato, Palhoça e Pilão. O quilombo, da escravidão às comunidades remanescentes (1532—2004), livro de Adelmir Fiabani, Editora Expressão Popular: 1ª edição, São Paulo – 2005 e reimpresso em 2009, , será o centro do debate no próximo dia 17 de novembro, quarta-feira às 18h30, promovido pelo CEDEM – Centro de Documentação e Memória da UNESP.

“A luta pela liberdade” poderia ser o título desse livro. O capítulo sobre a História do Brasil colonial – mais de 3 séculos de regime escravista – interpretado de diversos modos por diferentes historiadores, expõe, de forma ímpar, a luta dos trabalhadores escravizados contra seus escravizadores.

O livro reconstrói o fenômeno quilombola, desde a implantação do trabalho escravizado no Brasil, nos anos 1530, até a abolição formal do regime escravista em 1888. Apresenta o quilombo como forma singular de resistência do trabalhador escravizado à apreensão violenta e a exploração de sua força de trabalho. Adelmir apresenta a história das classes trabalhadoras hegemônicas no passado escravista, que constitui instrumento fundamental para a segura superação das crescentes contradições atuais entre o mundo do trabalho e o mundo do capital.



Expositor

Adelmir Fiabani

Graduação em História – UNIJUÍ/RS, Mestrado em História – UPF/RS

Doutorado em História – UNISINOS/RS, Professor Adjunto de Ciência Política - UNIPAMPA/RS



Debatedores

Marcos Del Roio

Graduação em História - USP, Mestrado em Ciência Política - UNICAMP, Doutorado em Ciência Política - USP

Pós-doutorado em Estudos Internacionais na Faculdade de Ciências Políticas da Universidade de Milão/Itália
Augusto Zanetti

Graduação em História e Mestrado em História Social – USP

Doutorado em História Social – UNICAMP, Professor da UNESP/Campus de Franca e da FMU



Mediadora

Célia Reis Camargo

Graduação, Mestrado em História – USP, Doutorado em História Social - UNESP

Professora do Departamento de História - UNESP/Assis e Coordenadora do CEDEM



PARTICIPE E CONVIDE OS SEUS AMIGOS!



Inscrições gratuitas c/ Sandra Santos pelo e-mail: ssantos@cedem.unesp.br

Data e horário: 17 de novembro de 2010 (quarta-feira) às 18h30

Local: CEDEM/UNESP - Centro de Documentação e Memória

Praça da Sé, 108 - 1º andar, esquina c/ Rua Benjamin Constant (metrô Sé)

(11) 3105 - 9903 - www.cedem.unesp.br

Gestão da qualidade de vida

No dia 10 de novembro, das 11h30 às 13h30, acontece na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP a 63ª Reunião da Rede FEA de Gestão de Qualidade de Vida. O tema da atual edição é “Projetos Sustentáveis e Gestão da Qualidade de Vida”, em que professores e especialistas participarão de debate sobre ação sustentável e sua relação com o bem-estar das pessoas.

A Reunião é organizada bimestralmente desde 1999 pelo Núcleo de Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho (GQVT), que é vinculado ao departamento de Administração da FEA e à Pro-reitoria de Cultura e Extensão da USP.

O encontro é aberto ao público e gratuito. Os interessados devem se inscrever por email (climongi@usp.br) até o dia do evento. A Reunião acontece na sala Ruy Leme, do prédio da FEA-1 (Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo).

Mais informações: email climongi@usp.br (com Ana Cristina Limongi), site http://www.g-qvt.com.br/Reunioes_Definitivo.htm

Fonte: http://www.usp.br/agen/?p=39179

Seminário Juventude em Pauta 2010: inscrições abertas

1º Seminário do Pavilhão das Culturas Brasileiras acontece em novembro

Encontro começa dia 4 e apresenta e discute as propostas do pavilhão recém-criado e homenageia a antropóloga e curadora de arte Lélia Coelho Frota

Entre os dias 4 e 6 de novembro, a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, por meio do Departamento do Patrimônio Histórico, realiza o 1º Seminário do Pavilhão das Culturas Brasileiras. O novo espaço que ocupa o antigo Pavilhão Engenheiro Armando de Arruda Pereira no Parque Ibirapuera, pretende legitimar, fortalecer e dar a conhecer as culturas do povo brasileiro e também dar visibilidade para coleções pertencentes à Prefeitura de São Paulo, como a resultante da Missão de Pesquisas Folclóricas empreendida em 1938 – idealizada pelo então secretário de Cultura Mário de Andrade – e a reunida por Rossini Tavares de Lima na constituição do Museu do Folclore.

A concepção da nova instituição é apresentada com a exposição de lançamento Puras Misturas, aberta em 11 de abril de 2010. Sob a curadoria geral de Adélia Borges, também responsável pela coordenação da elaboração da proposta conceitual do Pavilhão, a mostra tem como intenção celebrar a diversidade e riqueza da cultura brasileira, além dos diálogos existentes e possíveis entre as culturas consideradas populares ou tradicionais e as chamadas culturas eruditas.

A realização do Seminário pretende ser um momento para a apresentação e discussão pública da proposta conceitual do Pavilhão das Culturas Brasileiras, além de contribuir para a difusão desta e de outras experiências de valorização das culturas do povo nos museus. O encontro propiciará ainda mesas temáticas, visitas monitoradas à exposição e o lançamento do livro “Pavilhão das Culturas Brasileiras – Puras Misturas”, organizado por Adélia Borges e Cristiana Barreto e outros lançamentos editoriais.

Este seminário concretiza a proposta da instituição em constituir-se num centro de referência para a construção e a difusão de conhecimento. Sua realização é, também, uma homenagem a Lélia Coelho Frota, antropóloga, poetisa e crítica de arte, dentre inúmeras publicações escreveu o Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro e exerceu funções como a direção do Instituto Nacional do Folclore e do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional. Lélia foi fundamental colaboradora na concepção do projeto coordenado por Adélia Borges.

A temática do Seminário está centrada em pontos que também permearam o trabalho de Lélia Coelho Frota, ou seja, pensar o artista popular como sujeito de sua arte; refletir sobre preservação; diálogos entre tradicional e contemporâneo; fronteiras entre popular e erudito; o mercado e patrimônio; formas de convívio entre diferentes culturas.

Para inscrever-se, é necessário preencher o formulário (download aqui) e enviá-lo para culturasbrasileiras@prefeitura.sp.gov.br

Serviço: Pavilhão das Culturas Brasileiras – Parque Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Vila Mariana. Acesso pelo Portão 10. Telefone de informações: 5083-0199. 1º Seminário do Pavilhão das Culturas Brasileiras. Dias 4, 5 e 6/11. 120 vagas.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

Quinta-feira, 4 de novembro

18h - Mesa de abertura e homenagem à antropóloga e curadora de arte Lélia Coelho Frota, falecida em maio deste ano. Composição: Carlos Augusto Calil, secretário municipal de Cultura; Adélia Borges, responsável pela elaboração do projeto do Pavilhão das Culturas Brasileiras; Rafael Cardoso, historiador da Pontifícia Universidade Católica-Rio e Marina de Mello e Souza, professora do Departamento de História da Universidade de São Paulo e especialista em Cultura Popular; Alberto Vasconcelos da Costa e Silva, diplomata, poeta, ensaísta, memorialista, historiador, africanólogo e membro da Academia Brasileira de Letras; e João Emanuel Carneiro, dramaturgo e roteirista de cinema e televisão.

Outros convidados para depoimentos sobre o trabalho da homenageada: Ricardo Gomes Lima, pesquisador do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular e diretor do Departamento Cultural da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, José Alberto Nemer, artista plástico e curador, e Vilma Eid, presidente do Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro.

19h30 às 21h30
Lançamento do livro “Pavilhão das Culturas Brasileiras – Puras Misturas”- Organização Adélia Borges e Cristiana Barreto – Editora Terceiro Nome.

Seção de autógrafos com coquetel e apresentação musical.

Sexta-feira, 5 de novembro

17h -Visita à exposição Puras Misturas com acompanhamento dos curadores.

18h às 19h45 - apresentação da proposta para o Pavilhão das Culturas Brasileiras.
Com Walter Pires, diretor do Departamento do Patrimônio Histórico; Adélia Borges, curadora da exposição Puras Misturas e do projeto do Pavilhão; Cristiana Barreto, curadora-adjunta da exposição Puras Misturas; Marcelo Manzatti, antropólogo, atua na rede de cultura popular.

20h às 22h - discussão pública do Projeto do Pavilhão das Culturas Brasileiras.
Com Aracy Amaral, curadora e crítica de arte; Américo Córdula, secretário da Identidade e da Diversidade Cultural/MinC; Eleilson Leite coordenador do Programa de Cultura da Ong Ação Educativa; Maureen Bisilliat, fotógrafa e diretora do Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina; e Ricardo Gomes Lima, pesquisador do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular e diretor do Departamento Cultural da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; entre outros a confirmar.
A discussão é aberta a todos os interessados.

Sábado, 6 de novembro

Mesa 1 – 09h às 11h10 – Tema: Cultura Popular Hoje - O reconhecimento das inúmeras culturas coexistindo no Brasil e em quase todas as nações do mundo suscita não apenas a celebração da diversidade, mas a reflexão sobre as novas configurações da chamada Cultura Popular.
Com Eduardo Subirats, professor da New York University. Investiga sobre modernidade, estética de vanguardas, crise da filosofia contemporânea e colonização da América; Héctor Ariel Olmos, professor de Letras pela Universidade de Buenos Aires. Trabalhou como subsecretário de Cultura da cidade de Buenos Aires. É encarregado do módulo de Elementos de Gestão e Política Cultural no Programa de Capacitação da Secretaria de Cultura da Nação e na Fundação Ortega y Gasset da Argentina, da cátedra virtual As identidades nacionais e a cidadania cultural na Universidade Tres de Febrero e Legislação e Comercialização do Patrimônio Cultural no Instituto Universitário Nacional de Arte, onde é também Secretário Acadêmico da Área Transdepartamental de Folclore; Alberto Ikeda, professor da UNESP, etnomusicólogo. Pesquisa sobre Cultura Popular.; Maria Celeste Mira, antropóloga e professora da PUC-SP. Realizou um mapeamento sobre as práticas contemporâneas na cidade de São Paulo a partir de manifestações culturais tradicionais. Pesquisa atual: “A cultura popular tradicional em São Paulo na era do entretenimento”.

Abertura para perguntas do público

Mesa 2 - 11h30 às 13h30 – Tema: As Culturas do Povo nos museus e exposições.
No contexto do reconhecimento da diversidade cultural como passo para a ocupação igualitária das artes produzidas por todos os representantes dos diferentes povos integrantes de países como o Brasil, as instituições responsáveis pela guarda de acervos da cultura popular também passam por um período de reflexão e talvez de redefinição de suas estratégias de salvaguarda. As apresentações pretendem contribuir para essa reflexão na adoção de novas práticas e linhas de pesquisa.
Com Luíz Fernando de Almeida presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN; Claudia Márcia Ferreira, diretora do Centro Nacional do Folclore e Cultura Popular – Sala do Artísta Popular – RJ; Lux Vidal, professora emérita da Universidade de São Paulo, integra o conselho Diretor do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena – IEPÉ e curadora do Museu Kuahi; Dodôra Guimarães – Fortaleza, Ceará – Pesquisadora e curadora.

13h30 às 15h
Encerramento e lançamento dos livros:
- Nem é erudito Nem é popular – Bené Fonteles;
- Objetos: Percursos e Escritas Culturais - Ricardo Gomes Lima

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/patrimonio_historico/culturas_brasileiras/noticias/?p=8421

Fundos ProCultura

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, lançou, nesta quarta-feira (20), em Brasília, o Plano de Trabalho do Fundo Nacional da Cultura. De início, 15 novos editais contemplam os oito fundos. Os atuais 15 editais receberão, juntos, R$ 87 milhões. Ações viabilizadas por convênios terão R$ 63,93 milhões e outros R$ 30,78 milhões serão usados para financiar bolsas. Até o final de novembro, 22 novos editais participantes do programa ProCultura vão contar com R$ 118,99 milhões.


Fundos setoriais

Os novos fundos setoriais tornaram-se possíveis em função da elevação do orçamento do MinC, em 2010, para R$2,2 bilhões. O fortalecimento do Fundo Nacional da Cultura (FNC) faz parte da proposta de mudança da Lei Rouanet.

Esses fundos promovem uma transição e dialogam com o ProCultura, em tramitação no Congresso Nacional. Os oito fundos setoriais são: Acesso e Diversidade; Ações Transversais e Equalização de Políticas Culturais; Artes Visuais; Circo, Dança e Teatro; Incentivo à Inovação Audiovisual; Livro, Leitura, Literatura e Língua Portuguesa; Música; e Patrimônio e Memória.

A distribuição dos recursos foi decidida pela Comissão do FNC, após a apresentação das diretrizes e ações aos Comitês Técnicos dos oitos setores. Cada comitê é formado por representantes do Sistema MinC e 10 representantes da sociedade civil, incluindo três especialistas de notório saber.

FONTE: MINC

Corrupção, Ambição e Representação

Foi divulgado hoje o chamado “mapa da corrupção mundial”, elaborado pela já respeitada ONG “Transparency International”, entidade sem fins lucrativos que tem como missão a investigação e combate à corrupção e suas conseqüências no mundo. Este mapa congrega a grande maioria dos países do globo e avalia a percepção de seus cidadãos a respeito do grau de corrupção existente em sua nação.

Dentro deste espectro, o Brasil, de 2009 para 2010, subiu da 75ª posição para a 69ª, permanecendo, contudo, com um índice de apenas 3,7, em uma graduação que varia de 0 a 10. Parece, com isso, que a situação de nossa nação permanece crítica quando falamos do combate à corrupção. Por que será que isso acontece?

Parece relevante, ao iniciar uma resposta a essa indagação, avaliar um estudo de outra ONG, “Transparência Brasil”, que aponta os vencimentos de nossos parlamentares, seja senadores, deputados federais, estaduais ou vereadores, frente a outros países do mundo. No trabalho intitulado “Estudo comparativo sobre o Custo do Congresso Nacional e de outros Onze Países”, alguns dados foram obtidos que demonstram alguns absurdos completamente descabidos em nosso sistema democrático.

Partindo do assustador gasto de R$11.545,04 por minuto em nosso Congresso - que supera em quase 3 vezes a Assembléia Nacional Francesa e é superado apenas pelos Estados Unidos - vemos que o custo do mandato de qualquer dos 513 parlamentares desta Casa alcança 6,6 milhões de reais por ano, enquanto o custo do mandato de cada um dos 81 senadores chega a 33,1 milhões de reais por ano.

Considerando, além disso, que o salário de um deputado estadual representa 75% de um federal e de um vereador 75% deste último, temos como resultado que o custo de um vereador no Rio de Janeiro ou São Paulo custa 5 milhões de reais ao ano aos bolsos de cariocas e paulistas. A Câmara Municipal que menos gasta no Brasil é a do Acre, na qual, mesmo assim, há dispêndios de 715 mil reais por ano por mandato, valor que provém da cobrança de R$31,88 de cada morador – equivalente ao cobrado na França, que tem renda per capita três vezes superior à brasileira.

Ao utilizarmos como base o salário mínimo, podemos ver que o Congresso Nacional custa o equivalente a 2068 salários mínimos anuais, mais que o dobro do México, segundo colocado, 37 vezes mais que a Espanha e 34 vezes mais que o Reino Unido. Portanto, o custo anual de cada mandato é de 6699 salários mínimos.

Ainda considerando o salário mínimo, vemos que o brasileiro é o que mais perde para pagar seus congressistas, arcando com um valor equivalente a 0,66% deste todo mês com o fim único de atribuir a seus representantes o montante irreal recebido como retribuição a seus serviços – teoricamente - prestados à nação. Este número é cerca de 10 vezes maior que o encontrado na Alemanha ou no Reino Unido e 5 vezes superior aos Estados Unidos.

Um cenário como esse poderia criar exatamente aquilo que vimos nestas eleições, com personagens concorrendo a um cargo que sequer sabiam a que servia, artistas, jogadores de futebol, palhaços, cowboys, padres, enfim, pessoas de todo o tipo, com a exclusão de qualquer um realmente interessado no bem comum, ou com experiência para tanto.

Porém, com salários tão estrondosos, é possível esperar, em um mundo capitalista e consumista, que não apareçam – e em quantidade -, pessoas interessadas em obter este benefício, mesmo que isto signifique um prejuízo à população brasileira?

No “país da robalheira”, será que não é a própria lei que sinaliza a verdadeira função de nossos representantes, que é somente acumular bens e capital e se autodivulgar continuamente para manter seu próprio status quo? Se não, por que, então, far-se-ia necessária tão intensa retribuição a um serviço que já é nobre por essência e demanda de seu executor verdadeiro compromisso, não com o benefício pessoal, mas sim com a coletividade?

Parece, no mínimo, uma contradição, que um legislador no Brasil possa se dar um aumento de salário e fazê-lo sem qualquer supervisão de outra instância social, que não outros legisladores e um mero aceite do executivo a respeito. Mais contraditório ainda é que esforcem-se, ou assim discursem, estes legisladores, em melhorar a qualidade da vida da população, quando a exploram em função de seus rendimentos mensais que extrapolam em muito o razoável.
De fato, enquanto tal situação não mudar, continuaram comuns os Tiriricas, Marcelinho Cariocas, Mulher Pêras...

Tatiana Gorenstein

'Pipando... Onde Dormem os Pássaros'


Estreia de 'Pipando... Onde Dormem os Pássaros'
terça-feira, 26 de outubro de 2010

O espetáculo "Pipando... Onde dormem os pássaros", promete dar uma nova visão ao universo devastador dos usuários de crack. Com criação e concepção inédita do bailarino e coreógrafo Pedro Costa, do Núcleo Artístico Pedro Costa, e trilha sonora original assinada por Andrei Ivanovic e Wilson Ferreira, o espetáculo guiará o público – através dos movimentos e sensações da dança contemporânea – nos caminhos tortuosos dos usuários da droga.

Ganhador do prêmio 8º Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, a montagem dialoga com a vídeo-arte, dança contemporânea, hip-hop, contato e improvisação para contar histórias desse universo em forma de dança. Em novembro, o espetáculo faz nova temporada nos Teatros João Caetano e Paulo Eiró, ambos em São Paulo.

"Pipando..." é um genuíno processo de investigação, que não se limitou aos livros ou a internet: os bailarinos Lúcia Weber, Sérgio Luiz, Márcio Dantas, Roger de Paula e Pedro Costa partiram para a pesquisa de campo e visitaram locais como a Praça da Sé, Praça Júlio Prestes, Largo Coração de Jesus e a Cracolândia, onde colheram entrevistas e depoimentos de usuários. Declarações de familiares, profissionais da saúde, agentes de saúde, sociais, policiais e visitas a clínicas de recuperação completam a pesquisa.

A coleta do material trouxe subsídios suficientes para que cada um dos cinco bailarinos compusesse uma galeria de personagens com vidas aparentemente normais, mas que acabaram se entregando ao vício, como uma mulher com ótima situação financeira que deixa os ambientes luxuosos que o dinheiro pode proporcionar para se tornar uma espécie de "zumbi" na Cracolândia, um auxiliar administrativo que perde o rumo no trabalho e encontra o vício, ou mesmo uma criança, que vive com o olhar voltado para o chão, em busca de alguma "pedra" caída, esquecida ou perdida.

"Pipando... Onde dormem os pássaros" levou os intérpretes-criadores a investigar sobre um universo em que as pessoas se submetem a uma dura realidade permeada de violência, crianças deformadas pelo poder voraz da droga, vivendo em um ambiente individualista, de desamor, opressão e de renúncia a qualquer auto-estima.

Serviço: "Pipando... Onde Dormem os Pássaros"
com Lúcia Weber, Sérgio Luiz, Roger De Paula, Marcio Dantas e Pedro Costa.
Não recomendado para menores de 12 anos.

Dias 27, 28, 29 e 30 de outubro às 20h.
Galeria Olido – Sala Paissandu - Avenida São João, 473. - Tel. (11) 3331-8399.
Ingressos: Grátis (retirar com uma hora de antecedência).

Dias 12, 13, 14 e 16 de novembro: terça e quarta às 21h, quinta às 19h e sábado às 20h.
Teatro João Caetano - Rua Borges Lagoa, 650. - Tel. (11) 5549-1744.
Ingressos: Grátis (retirar com uma hora de antecedência).

Dia 23 de novembro às 20h.
Teatro Paulo Eiró - Av. Adolfo Pinheiro, 765. - Tel. (11) 5546-0449.
Ingressos: Grátis (retirar com uma hora de antecedência).

Fonte: http://www.enteatro.com.br/2010/10/estreia-de-pipando-onde-dormem-os.html

Cultura para quem precisa

Os primeiros resultados da pesquisa realizada pela Datafolha sobre a visão que os paulistas têm de cultura e a sua frequência a equipamentos culturais foram apresentados no seminário Como investir em cultura? em São Paulo.

Questionados sobre as razões que os deixam do lado de fora de cinemas, teatros e museus, os paulistas miraram, em bloco, uma resposta capaz de embaralhar algumas teses sobre o consumo cultural. Os números reforçam, primeiro, o que se intuía: 40% dos paulistas não costumam ir ao cinema, 60% não costumam ir ao teatro e 61% não costumam ir a museus. O que chama a atenção é a justificativa para a inércia: “Não me interesso/ não gosto/ não me sinto bem fazendo”, respondem os entrevistados.

No caso do cinema, enquanto 29% alegam falta de interesse, apenas 8% citam o preço do ingresso como empecilho. Em relação ao teatro, 32% dizem não ver peças, simplesmente, porque não têm vontade.

A pesquisa é fruto de projeto da empresa J.Leiva Cultura & Esporte, realizado em parceria com o Datafolha e a Fundação Getúlio Vargas. Foram ouvidas, entre 25/8 e 15/9, 2.400 pessoas, acima de 12 anos, em 82 cidades.

O objetivo da pesquisa era mapear e compreender os hábitos culturais da população. Os resultados serão apresentados e analisados amanhã, durante um seminário na Pinacoteca -com vagas já esgotadas.

“O que surpreende é o fato de essa resposta aparecer. A pressão por ser culto, consumir cultura é tão grande que, em geral, as pessoas dão desculpas como falta de tempo ou dinheiro”, diz Teixeira Coelho, curador do Masp e professor da USP.

“Isso aponta para uma certa sinceridade”, observa Teixeira Coelho. “Mas a gente também sabe, por pesquisas internacionais, que, à medida que melhora o nível econômico, melhora o consumo cultural. É claro que o fator econômico pesa, até porque, na cultura, o hábito é fundamental. Falta oportunidade para que as pessoas tenham a cultura introduzida em suas vidas.”

O diretor Antonio Araújo, do Teatro da Vertigem, pondera que consumir cultura é abrir-se a uma experiência. “Quem nunca foi exposto a uma ópera pode ter raiva dessa experiência. Voltamos sempre à questão da formação de público”, diz Araújo.

O cineasta Domingos Oliveira recorre aos adjetivos “estonteante e deprimente” para falar da pesquisa. Como todos os ouvidos para a reportagem da Folha de S.Paulo, publicada ontem (21), ele desvia os olhos dos palcos para as escolas. “Precisamos cuidar desse um terço [que consome regularmente cultura], porque quem não gosta de arte bom sujeito não é. A doença em geral é a falta de educação”, diz Oliveira. “O contato com as artes deveria ser obrigatório no ensino primário.”

Paradoxalmente, os “desinteressados” dizem que gostariam de gostar de cultura. Os entrevistados que custam a tirar o pé de casa para consumir cultura dizem ter gosto por “realizar atividades culturais”. O “sim”, nesse quesito, teve índice de 68%.

Andrea Lombardi
* com informações do jornal Folha de S.Paulo (Ana Paula Sousa)

Fonte http://www.culturaemercado.com.br/noticias/cultura-para-quem-precisa/

Nota Pública da Secretaria de Direitos Humanos sobre o PNDH3

Em razão de declarações distorcidas sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, algumas vezes envolvendo má-fé e utilização eleitoreira de suas propostas, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República sente-se no dever de corrigir as afirmações do candidato José Serra que, no Jornal Nacional de ontem à noite (19), declarou que o PNDH-3 “tornava transgressor, criminoso aquele que fosse contra o aborto”.

Para que se restabeleça a verdade sobre o PNDH-3, cabe esclarecer:

• o PNDH-3 não torna transgressor ou criminoso quem quer que seja. O Programa trata o aborto como tema de saúde pública. Na redação inicial (21/12/2009) constava “Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”. Na versão definitiva, publicada em 13/05/2010, consta “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde” (Diretriz 9, Objetivo Estratégico III, ação g);

• o PNDH-3 não foi feito pelo PT ou por um partido. É um decreto presidencial resultado de amplo processo democrático, com propostas debatidas e aprovadas na 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos (2008) e em dezenas de outras conferências com a participação da sociedade civil e governos estaduais. A Conferência Estadual de São Paulo, por exemplo, foi convocada pelo Decreto 53.005 de 16 de maio de 2008 pelo então governador José Serra. Esta etapa elegeu delegados para a Conferência Nacional, cujas resoluções aprovadas deram origem ao PNDH-3;

• o PNDH-3 traz diretrizes para orientar o poder público na promoção e defesa dos Direitos Humanos, em total consonância com a Constituição Federal, com as recomendações da Conferência de Viena da ONU (1993) e com os diversos instrumentos internacionais (ONU e OEA) assinados pelo Brasil;

• o PNDH-3 atualiza os programas de Direitos Humanos lançados em 1996 e 2002. No caso do aborto, por exemplo, o PNDH-2 – da administração Fernando Henrique Cardoso – defendia explicitamente o aborto como tema de saúde pública e propunha a ampliação dos casos em que seu uso seria permitido pela lei. Eis o texto: “Apoiar a alteração dos dispositivos do Código Penal referentes ao estupro, atentado violento ao pudor, posse sexual mediante fraude, atentado ao pudor mediante fraude e o alargamento dos permissivos para a prática do aborto legal, em conformidade com os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro no marco da Plataforma de Ação de Pequim” (ação 179). Determinava ainda a necessidade de “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde para os casos previstos em lei” (ação 334), sendo esta última redação quase idêntica à usada no PNDH-3.

A desinformação não colabora com o processo democrático, desrespeitando a cidadania e os Direitos Humanos.

Brasília, 20 de outubro de 2010
http://www.direitoshumanos.gov.br/2010/10/20-out-2010-nota-publica

Inscrições abertas para programas culturais de 2011 da SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA DE SÃO PAULO

A Secretaria de Estado da Cultura abre o período de inscrições para recebimento de propostas de espetáculos de teatro, música, dança, circo e outras modalidades artísticas, dos artistas e grupos que desejam participar do Circuito Cultural Paulista 2011 e da Virada Cultural Paulista 2011.

Os interessados devem preencher o formulário de inscrição online no hotsite:
www.inscricoescircuitoevirada.sp.gov.br

O ENVIO DE PROPOSTA É ONLINE

NÃO RECEBEREMOS MATERIAL NA SECRETARIA E NEM PELO CORREIO NESTE MOMENTO

É preciso disponibilizar, entre outros dados, links para visualização [no caso de espetáculos de artes cênicas] ou audição [no caso de shows musicais], na íntegra, em site oficial, youtube ou myspace. As inscrições vão até o dia 30 de novembro e depois da avaliação, as equipes de cada programa entrarão em contato com os selecionados.


Circuito Cultural Paulista 2011

O Circuito Cultural Paulista tem como objetivo levar uma programação regular para cidades do interior e do litoral do Estado de São Paulo.
Espetáculos de teatro, música, dança e circo, além de exibição de filmes e oficinas com os grupos, acontecem de março a novembro, uma vez por mês, em cada município participante. Cada grupo faz no mínimo uma apresentação e no máximo seis apresentações, que ocorrem em finais de semana. Em 2010, 70 municípios receberam mais de 700 espetáculos, proporcionando à população uma agenda cultural diversificada e, aos artistas, acesso a novos públicos. O programa acontece de março a novembro.


Virada Cultural Paulista 2011

A Virada Cultural Paulista é o maior evento cultural do interior do Estado de São Paulo. O evento permite o acesso de pessoas que estão distantes dos grandes centros à programação artística de qualidade.
Espetáculos de música, teatro, dança e circo, exibição de filmes, exposições, manifestações de culturas tradicionais, literatura, arte de rua são realizados em praças, ruas, teatros, salas de cinema e centros culturais ao longo de 24 horas de programação. Em 2010, 30 cidades participaram da Virada, com um total de 1.070 atividades e mais de 2.000 artistas e técnicos envolvidos. O evento acontece em um final de semana em maio.


Mais informações: www.cultura.sp.gov.br

II SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA USP LESTE

Como investir em cultura?

1/4 do Brasil não vota, anula ou vota em branco

http://www.anovademocracia.com.br/70/02.jpg


Apesar dos milhões em marketing eleitoreiro,
Apesar do bombardeio ideológico e da chantagem da obrigatoriedade do voto,
Apesar da despolitização, do oportunismo e promessas mentirosas,
O povo disse não às eleições e, como nunca, boicotou ativamente e protestou contra a farsa de democracia promovida pelo Estado burguês latifundiário.

Trinta e quatro milhões, duzentos e nove mil, seiscentos e oitenta e nove pessoas não votaram, anularam o voto ou votaram em branco no pleito para o posto de gerente da semicolônia.
Para tentar camuflar o elevado índice de repúdio à farsa eleitoral, o TSE publica apenas os resultados dos chamados "votos válidos", mas levando em conta os números totais, a soma dos não votantes, votos anulados e votos em branco superou o segundo colocado, José Serra (PSDB), em um milhão, setenta e nove mil, quinhentos e quinze.
E apesar de o monopólio da imprensa e pretensos "analistas políticos" atribuírem os desdobramentos eleitoreiros do pleito a um "bombardeio de intrigas" contra a candidata da chapa governista, ou a um sprint "fenômeno" da eco-ONGueira, o grande fato desse primeiro turno foi o elevado número de abstenções.
Os números das eleições para os postos de gerentes estaduais só confirmam o resultado geral, com destaque para o estado de Rondônia, onde o movimento camponês combativo já há anos denuncia a farsa de democracia e desfralda o caminho da Revolução Agrária, que registrou o número mais alto de abstenções, votos brancos e nulos em um só estado: 38,52% dos possíveis eleitores (415.439 pessoas). No Nordeste, região alvo do bombardeio cerrado de "bolsas" de todo tipo, base da popularidade de Luiz Inácio, registrou-se a maior média de repúdio à farsa eleitoral: aproximadamente 30% dos possíveis eleitores repudiaram a farsa eleitoral.
São dados que certamente encabularão qualquer instituto de pesquisa e estatística e que, certamente, jamais serão tabulados pelo monopólio da imprensa. Inventar dados é possível, propagá-los e tentar vendê-los como verdade também, impossível é negar a realidade. E ela está aí, difícil de ser engolida pelos arautos do "espetáculo da democracia" burguesa.
E sem haver muito o que dizer na ópera bufa do partido único, em que ninguém é diferente e a grande briga é para decidir quem é mais igual ao modelo do operário-padrão predileto do imperialismo e do latifúndio, ainda houve quem exaltasse uma pretensa "renovação dos cargos eletivos". Aludindo à saída de cena das figuras pré-históricas, que durante décadas pulularam nas cadeiras da Câmara e do Senado, dando lugar aos seus filhos, parentes e apaniguados, tencionam fazer parecer que algo mudou com isso. Mas basta que regressemos a 2002, quando com a eleição de Luiz Inácio todo o governo se "renovou", para perguntarmos: o que mudou de fato? Com o oportunismo no poder, além de não haver mudança alguma na essência do velho Estado, tão burguês-latifundiário e serviçal do imperialismo quanto antes e ainda mais depois, não se contentando com isso, o gerenciamento Luiz Inácio se ocupou em copiar os métodos de seus antecessores e aprimorá-los até onde pôde: vide mensalões, sanguessugas, cuecões, tramoias de todo tipo perpassando a Casa Civil, "reformas" antipovo, programas tampão para engessamento das massas, etc.
E o selo perfeito para o primeiro turno do circo eleitoral foram os mais de um milhão e trezentos mil votos para o deputado Tiririca. Enquanto alguns esbravejavam clamando uma "reforma política" que impeça que Tiriricas arrastem outros de sua legenda, ele é uma grande prova da despolitização, vaziez, imprestabilidade da farsa eleitoral e ao mesmo tempo é o retrato fidedigno do que representa o sistema de governo do velho Estado.

Fogo na Real Parque, desconfiança no ar

Por Débora Prado

No dia 24 de setembro, uma sexta-feira, depois de dois focos de incêndio controlados por moradores, um terceiro queimou centenas de barracos na favela Real Parque, zona sul de São Paulo, além de atingir dois alojamentos ‘provisórios’ em que dezenas de famílias viviam desde outro incêndio que aconteceu há 8 anos. Cerca de 1200 pessoas ficaram sem casa. “Foi muito estranho, o fogo lambeu tudo muito ligeiro, parecia uma boca engolindo os barracos”, relata um morador.

Os casos de incêndio em favelas são recorrentes e tem aumentado tanto que geram suspeitas. Na Real Parque, muitos moradores desconfiam de incêndio criminoso. Segundo eles, o fogo se espalhou com uma velocidade surpreendente. “Teve barraco que queimou de fora pra dentro”, diz um morador. “A perícia não vai acontecer, a prefeitura já limpou o terreno e os técnicos que vieram aqui disseram que vai ser difícil apurar, porque o terreno não foi isolado”, reclama outra moradora.

Criminosos ou não, são fruto de descaso. Os incêndios nas favelas estão ligados à existência da própria favela – em outras palavras à existência de pessoas sem moradia adequada, sem infraestrutura, sem poder aquisitivo, sem voz junto ao Estado e ao conjunto da sociedade.

A área mais atingida pelo fogo é antigo palco de embate entre a comunidade e o poder público. Uma parte do terreno que pertence a EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.) já tinha sido desocupada por uma ação de despejo em dezembro de 2007. Em nota, a Sehab informa que “a Prefeitura vem enfrentando dificuldades com as lideranças para retirar a população da área, que é considerada de risco”.

No dia do incêndio a consternação era generalizada e, até o fim da tarde da sexta, centenas de pessoas estavam sob a fina garoa paulistana nas ruas da comunidade, sem saber onde iriam passar aquela noite. “A polícia chegou mais rápido que os bombeiros e o carro ainda não tava com o tanque 100% abastecido, tinha uma mangueira furada. Os moradores amarram a mangueira com roupas pra remendar, pra você entender como foi”, conta uma moradora, reclamando da presença da tropa de choque na favela no dia do incêndio.

Em nota, representantes do poder público afirmam que se reuniram com moradores e lideranças e “explicaram que em um primeiro momento iriam cadastrar as famílias”, além de afirmar que “não podiam fazer nada imediato para abrigar as famílias”.

Uma liderança reclama que o tratamento deveria ser mais humanizado. “Cerca de 1200 pessoas perderam tudo e até hoje a prefeitura não voltou aqui, está tudo muito confuso”, disse na segunda-feira, três dias após o incêndio. Ela conta que na reunião foi cobrada uma ação para que as pessoas não dormissem na chuva, mas não houve encaminhamento e ainda assim o Projeto Comunitário Casulo – uma organização social – fechou suas portas no final de semana.

As famílias desabrigadas buscaram abrigo em outras casas na favela. Somente na noite do dia 27, foi feita uma segunda reunião entre poder público e moradores. A Real Parque é considerada uma ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) e faz parte de um processo de urbanização. Em 2008, a prefeitura cadastrou 1.131 famílias para receber as moradias que devem ser construídas no local. Após o incêndio, a Sehab informou que “a Prefeitura ofereceu Auxílio Aluguel de R$ 400 mensais para todas as famílias, porém, apenas as famílias que constam do cadastro original, de 2008, terão direito a um apartamento, que será construído em 18 meses”.

A medida não é nenhum benefício, é apenas uma parte de um direito de todo cidadão – o Direito à cidade. Afinal, tanto constituição, quanto o Estatuto da Cidade asseguram que todos deveriam ter uma moradia garantida, além de acesso a serviços urbanos, infraestrutura, trabalho e lazer.

O problema segue, entretanto, para as famílias que foram morar na área atingida depois do cadastro em 2008 - 191 famílias segundo os dados da Sehab. Das 380 famílias, aproximadamente 40 são indígenas Pankararu - uma média de 180 indígenas desabrigados.

Quem perdeu tudo, ainda vai enfrentar um problema até conseguir o auxílio aluguel – a falta de documentos. A reivindicação por uma unidade móvel de Poupatempo ou um mutirão para que as pessoas fizessem novos documentos não tinha sido atendida até o dia 29 de setembro.

O Real Parque é um daqueles cenários que retratam um resumo da perversidade de um sistema econômico baseado na desigualdade e que não permite nenhuma mudança estrutural. Ele atinge as pessoas num dos pontos mais sensíveis – o direito a uma moradia digna. Lá, os barracos dividem a paisagem com as mansões do Morumbi. Os barracos improvisados com materiais distintos – e com uma engenharia de conhecimento popular impressionante – dividem ainda o muro direto com uma grande unidade da loja de materiais de construção Leroy Merlin. Enquanto muitos estavam aliviados porque seus barracos escaparam do fogo, outros perderam tudo o que tinham.

E uma amiga que trabalha na grande imprensa lá perto me disse estarrecida que seus chefes comemoravam o incêndio próximo, que ia alavancar a audiência. Sobre o assunto, reproduzo o email que ela me enviou:

Faltava dez para dez para entrar no trabalho. Faltavam dez minutos para a abertura da Bovespa e há sempre uma competição estranha para saber qual portal vai dar a notícia primeiro. Parece sempre uma questão de tempo, mesmo que isso afete apenas a vida de uns pouquinhos.

Ao entrar na Berrini, já era possível ver a labareda que subia na favela Real Parque bem atrás da ponte estaiada. O carro de bombeiros passou correndo para quase me atropelar. Mais tarde, a notícia que eles chegaram do outro lado da marginal apenas uma hora depois não entrava na minha cabeça. Às vezes não é uma questão de tempo.

Do alto, era possível ver de camarote. Em uma janela, a favela queimava. Na outra, os carrões atravessam sozinhos a ponte estaiada. O dólar caía diante da capitalização da Petrobras e o governo anunciava que não deixaria desvalorizarem a moeda.

Uma empolgação geral tomava a redação. Era muita felicidade. Uma favela queimando aqui do lado! Nem é preciso descer para fotografar e ter as melhores imagens da tragédia. Nada de pé na lama, nada de enfrentar a polícia sempre disposta a partir para a agressão. Pelo menos nada de:

- Como você se sente depois de perder tudo.

E era fechem os obturadores! Drama, muito drama! Assim os cliques vão chover:

- Nossa, quanta sorte!!! Hoje vai ser um dia bom de audiência. Porque é sempre uma questão de audiência também.

A chuva, que de fato caía em São Paulo, não fazia cócegas no fogo que queimava as casinhas tão rapidamente como uma caixinha de fósforos, para o desespero de pessoas que àquela altura pareciam formiguinhas. Ainda mais porque trabalhavam juntas, carregando tantas coisas de um lado para o outro enquanto o zoom buscava o rosto mais desesperado.

Era a festa dos abutres. Voando de um lado para outro, descarregando imagens e dando flashes do trânsito (porque se não é questão de tempo, é questão de trânsito) não observaram o olhar da Neide.

Desolada na Copa. Ela olhava pela mesma janela o fogo na comunidade. Não dava para saber ao certo se o fogo passava perto de seu barraco. Mas a expressão de incredulidade me faz crer que uma daquelas casinhas era dela. Outras moças coladas ao vidro, em completo silêncio. E dava uma dor pensar: quando vai ser questão de gente?

AS FAMÍLIAS NESSE MOMENTO PEDEM APOIO E DOAÇÕES
CONTATOS DO REAL PARQUE
Dora (liderança indígena Pankararu) – Tel.: 8156-7367
Paula (Favela Atitude) – Tel.: 9838-5904
Cris (Favela Atitude) – Tel.: 7503-4948

Débora Prado é jornalista.
debora.prado@carosamigos.com.br

Educação e Cultura


Devemos encorajar as práticas culturais no processo de aprendizado e formação do indivíduo, reforçando tanto a dimensão cultural da educação quanto a função educativa da cultura. A escola é um espaço público, de natureza cultural, pertencente à comunidade. Apropriar-se desse espaço é direito e dever do cidadão e do Estado. A partir daí, devemos ressignificar o conceito de desenvolvimento, a partir dos aspectos culturais.



A partir da realidade onde o indivíduo está inserido tanto na educação como na cultura, poderá ser integrado aos programas culturais oferecidos pelos governos estaduais e municipais. Cabe aos conhecedores das ações proporcionar a integração-educação- realidade- cultura.

Em outros tempos o currículo escolar contava com as artes como atividade “obrigatória” para formação de cada sujeito. Isso automaticamente refletia na visão de mundo desses sujeitos, o que poderia ser encarado como forma de contribuir em muitos casos, para estimular a produção de bens, serviços, atividades artística e também cultural por parte dessa formação. Em um determinado momento histórico algumas alterações curriculares resultaram na retirada das atividades artísticas e culturais da escola, mas se manteve certo discurso sobre a produção de conhecimento voltado para cultura de modo geral.

Após essas mudanças as atividades culturais que tiveram espaço dentro da escola foram grande parte das vezes atividades ligadas a datas comemorativas como o “Dia do Índio”, “Festa de São João” e tantas outras que quem teve a oportunidade de freqüentar uma escola por grande parte de sua vida deve ter vivenciado.

Porém, muitas atividades culturais se mantiveram na escola ou voltaram a acontecer nessas como propostas extracurriculares ou complementares. Basta visitar algumas escolas e perguntar aos alunos, professores e gestores sobre as atividades culturais daquele local. São muitos os casos de grupos de dança, corais e grupos de teatro nas escolas (aqui faço recorte sobre artes, pois as artes são uma das parcelas da cultura) que muitas vezes se constituem por iniciativas de profissionais da comunidade acerca dessas escolas, sendo um trabalho oferecido gratuitamente ou de forma terceirizada, onde os alunos pagam suas mensalidades para participarem dessas atividades.

Formou-se um currículo “informal” que tem servido para a produção de cultura ligada a propostas de educação na escolar formal. Mas é importante pensar que existem outros espaços fora da escola que de uma forma ou outra “educam e ensinam”, não estou aqui falando de alfabetização e outras atividades reconhecidas, organizadas e autorizadas pelos órgãos responsáveis pela educação. Mas sim de Escolas e Academias de dança, Centros Culturais, Museus, Associações Culturais e tantos outros espaços organizados, formalizados ou não, que produzem conhecimento, “educam”, e levam a refletir sobre a cultura na educação ou a educação na cultura na contemporaneidade, compreendidos a partir uma “perspectiva pós-estruturalista” ou “pós-metafísica” como esclarece COSTA (2009) em “A educação na Cultura da Mídia e do Consumo”.

A produção cultural sempre esteve ligada a educação, mesmo que em alguns aspectos tenha estado em “off” ou “stand by”, e mesmo que muitas vezes tenha sido negada, escondida ou “sabotada”.

Hoje esses outros espaços que também “educam” têm buscado se fortalecer e principalmente tentando se sustentar através de financiamento, apoio e patrocínios. O Estado tem disponibilizado alguns Prêmios e Bolsas além de realizarem a avaliação de projetos que buscam autorização para captar verba através do Programa Nacional de Apoio à Cultura.

Concursos públicos estão surgindo para empregar profissionais da cultura em escolas e estimular a produção cultural nesses espaços formais, mas ainda há muito que se fazer. Será que é o início de um novo momento onde a produção cultural será cada vez mais estimulada e reconhecida?

* Texto colaborativo, realizado em coautoria com Eunísia Inês Kilian, Fabio Maciel, Px Silveira, Ricardo Albuquerque, Wagner Ferraz.

Fonte: http://www.culturaemercado.com.br/odisseia/educacao-e-cultura/

Criatividade social, ação coletiva e práticas artísticas.



iD Bairro SP.01. Seminário
Criatividade social, ação coletiva e práticas artísticas.

13 e 14 de outubro de 2010. Das 18:00 às 22:00h. Com a participação de: Rita Alves, Lilian Amaral, Viviana Bravo, André Costa, Rogerio da Costa, Renato Cymbalista, Democracia, Domènec, Colectivo EIA - Experiência Imersiva Ambiental, Jamac, Fadhila Mammar, Colectivo Imargem, Ramon Parramon.

iD Bairro SP.01. Oficina de projetos
Mapear, explorar, visualizar e ativar. Bairros Santo Amaro e Bom Retiro de São Paulo

13-17 de outubro. Das 10:00 às 17:00h. Oficina coletiva ministrada por Pablo España [Democracia], Domènec, Grupo EIA - Experiência Imersiva Ambiental, Grupo Imargem, Lilian Amaral [Museu Aberto], Ramon Parramon [Idensitat].
Inscrições: . idensitat@idensitat.netThis e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it . O prazo de inscrição para o seminário termina em 8 de outubro.

iD Bairro SP.01 é um projeto que atua como observatório do território e como laboratório para o desenvolvimento de processos criativos que se ligam a determinadas atividades sociais ultralocais. Isto acontece em determinados microcontextos que fazem parte das concentrações urbanas contemporâneas. Procura estimular a criação coletiva e o intercâmbio cultural como possibilidade do desenvolvimento e transformação do território, através de processos criativos promovidos pela relação entre as práticas artísticas e o espaço social local. Analisar, para entender as dinâmicas do espaço; visualizar, para interpretar as articulações diversas que acontecem nos lugares; projetar, para traçar novas dinâmicas produtivas; colaborar, para potencializar e multiplicar as capacidades criativas.

iD Bairro propõe que a arte pode ser um fator inovador nos processos de transformação da cidade, já que é capaz de fazer emergir a criatividade social latente e desdobrá-la através de ações coletivas. Esta afirmação pode ser facilmente exposta como pergunta, ao mesmo tempo que introduz questões que deverão ser respondidas, aferidas ou amplificadas no contexto do seminário e das oficinas vinculadas:

Como a arte se relaciona com os processos de transformação urbana e social? Que papel e função têm os processos de participação? Como pode ser ativada a criatividade social em um determinado entorno? Como podem ser desdobrados processos criativos que, no medio e longo prazo, incidam sobre um ambiente local? Como pode participar de âmbitos de ação coletiva através de processos criativos? A transformação da cidade está aberta a projetos? Que relação há entre políticas culturais e planejamento territorial? Podem os contextos locais integrar o discurso cultural global?

Objetivos

* Ligar espaços da cidade, criando circuitos temporários e práticas de apropriação e visualização urbana.
* Promover o desenvolvimento de projetos criativos que se relacionem a ações locais, no contexto específico dos bairros de Santo Amaro e Bom Retiro de São Paulo.
* Fomentar o desenvolvimento de projetos que facilitem a abertura a projeções e relações externas.
* Impulsionar o diálogo com experiências locais e internacionais que propõem campos de ação na prática artística, na mediação sociocultural e na análise crítica, para o desenvolvimento de plataformas de atuação em rede e ativação da criatividade social.


A quem são dirigidos: Tanto o seminário como a oficina são dirigidos a artistas, designers, arquitetos, educadores, gestores culturais, dinamizadores socioculturais, trabalhadores sociais, estudantes de sociologia, antropologia, arte, arquitetura, educação, assim como o público que vive e participa de projetos de bairro.

iD Bairro SP.01
Criatividade social, ação coletiva e práticas artísticas

Seminário: 13 e 14 de outubro de 2010. Das 18:00 às 22:00h.
O seminário, que será realizado no Centro Cultural da Espanha em São Paulo, focará o seu debate no ambiente urbano a partir da criatividade, da participação e das práticas artísticas. Serão enfatizados especialmente a gestão dos processos participativos e as dinâmicas de trabalho em ambientes locais em relação a processos e discursos ultralocais. Artistas, agentes culturais, especialistas e estudiosos dos processos de transformação da cidade e projetos ativos em bairros específicos confluem para analisar diferenças e traçar pontos de articulação dos respectivos campos de ação.

13 de outubro
18:00 Introdução. Ramon Parramon e Lilian Amaral
18:30 Rogério da Costa
19:15 Viviana Bravo
20:00 Renato Cymbalista
20:45 Domènec e Grupo Imargem. Debate com Lilian Amaral

14 de outubro
18:00 Introdução. Ramon Parramon e Lilian Amaral
18:30 Rita Alves
19:15 André Costa
20:00 Fadhila Mammar
20:45 Democracia, Jamac e Grupo EIA - Experiência Imersiva Ambiental. Debate com Ramon Parramon

Oficina de projetos: 13-17 outubro. Das 10:00 às 15:00h.
Mapear, explorar, visualizar e ativar. Bairros Santo Amaro e Bom Retiro, de São Paulo. Oficina coletiva ministrada por Pablo España [Democracia], Domènec, Colectivo EIA - Experiência Imersiva Ambiental, Colectivo Imargem, Lilian Amaral [Museu Aberto], Ramon Parramon [Idensitat].

A oficina proporá, através das ações de mapeamento, exploração, visualização e ativação: geração de uma série de projetos apoiados no contato direto dos bairros, análise das possibilidades de ação, dar visibilidade a questões específicas surgidas entre os participantes da oficina e cada um dos lugares e, por fim, ativar processos e microprojetos apoiados na reversibilidade entre as propostas e os territórios.

Currículos dos participantes

Rita Alves [São Paulo]. Doutora em Antropologia. Coordenadora do curso de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP, onde também trabalha como professora de antropologia. Participa da pesquisa Jovens urbanos: articulações estéticas e ações culturais cidadãs (com o apoio de CLACSO) e é membro do grupo de pesquisa Imagens, Metrópoles e Culturas Juvenis do CNPq. Participa da rede internacional de investigadores Grupo de Trabalho Juventude e Novas Práticas Políticas na América Latina (Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, CLACSO). Membro do Centro de Investigação em Comunicação e Culturas Urbanas da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação).

Lilian Amaral [São Paulo]. Artista visual, curadora e pesquisadora. Doutora em Artes Visuais – Universidade de São Paulo. Membro do GIIP (Grupo Internacional e Interinstitucional de Pesquisa em Convergência de Arte, Ciência e Tecnologia – IA – Unesp). Organizadora de numerosos projetos, seminários e oficinas internacionais, diretora de vídeos e documentários sobre a arte pública relacional como prática social contemporânea, com ênfase na arte pública e a memória coletiva, imaginários urbanos e o patrimônio. Dirige o projeto processual Museu Aberto: a cidade como museu e o museu como prática artística. Professora investigadora do Programa de Pós-graduação em Cultura Visual da Universidade de Girona – Espanha e da Universidade Federal de Goiás - Brasil.

Viviana Bravo [Santiago de Chile]. Artista visual especializada em integração entre Arte e Arquitetura. Mestrado em Comunicação Visual com aperfeiçoamento em Design Experimental de Espaços na Hochschule für Gestaltung Offenbach am Main, especialização em "Integração em Artes e Arquitetura" na Kunstakademie Düsseldorf, Licenciatura em Artes na Universidade do Chile. Professora na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Chile. Conceitua e administra projetos de investigação em parceria, relacionados com as transformações sociais e sua visualização no espaço urbano. Dirige, desde 2008, a DUPLEX, plataforma em parceria, da qual editou “quarteirão z: a cidade invisível”, “acampamento” e “trabalho” e, desde 2009, coordena o seminário contínuo "Práticas Descentralizadas: Seminário Internacional de Arte, Estética e Política Urbana" no Centro Cultural da Espanha, de Santiago.

André Costa [São Paulo]. Cineasta e documentalista. Professor de Cinema e TV - FAAP e Criação Visual e Multimídia na Pós-graduação - USJT. Educador e investigador em audiovisual. Dirigiu e produziu documentários premiados em festivais do Brasil e outros países. Em 2007 foi membro do Comitê de Seleção e Programação do 16º Festival Internacional de arte eletrônica Videobrasil. Em 2009, da Comissão Especial Seleção de Projetos Cinematográficos do Ministério da Cultura e da Comissão do Prêmio Estímulo de Curta-Metragem da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Participou, como curador e jurado, em numerosas mostras e festivais de cinema e vídeo.

Rogério da Costa [São Paulo]. Doutorado em História de Filosofia - Universidade de Paris IV (Paris -Sorbonne) (1998). Atualmente, assistente da PUC-SP, professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Semiótica. Em 2004/2005, dirigiu a área de tecnologia da PUC-SP e em 2005/2006, a área de tecnologias da informação e metodologias do BIREME / OPS / OMS. Membro da Junta Diretiva Artística e Cultural MIS / St. Paul. Na atualidade, dirige o Laboratório de Inteligência Coletiva - LINC (www.linc.org.br). Trabalha nos seguintes temas: inteligência coletiva, redes sociais, cibercultura, comunidades virtuais, biopolítica e capitalismo cognitivo.

Renato Cymbalista [São Paulo]. Arquiteto e urbanista (FAU-USP, 1996), Mestrado em Estruturas Ambientais Urbanas (FAU - USP, 2001), Doutorado em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo (FAU - USP, 2006). Pesquisador Visitante, Instituto de Ciências de Trabalho e Negócios - ISCTE, Lisboa (2004), Instituto de Ciências Sociais - ICS, Universidade de Lisboa (2004) e Centro de História d’Além Mar da Universidade Nova de Lisboa (2005 - 2006). CNPq Fellow (1995-1996), Fapesp (1999-2001) e Instituto Camões (2004). Professor da Escola de Arquitetura da Cidade. Autor de trabalhos e artigos sobre política urbana e a gestão urbana.

Democracia [Madrid]
Grupo artístico constituído em Madrid por Iván López e Pablo España. Entre as últimas exposições nas quais participou Democracia podemos assinalar: Idensitat Manresa, Espanha (2010); Evento, Bordeaux, França (2009); X Bienal de Havana (2009); Bienal de Taipei 2008; 10ª Bienal de Istambul; 3rd Goteborg Biennial. Democracia trabalha também na edição (são diretores da revista Nolens Volens) e em curadoria (No Futuro, Madrid Abierto 2008, Creador de Dueños). Foram fundadores e membros do grupo El Perro (1989-2006). [http://www.democracia.com.es]

Domènec [Mataró - Espanha]. Artista visual. Coeditor da publicação Roulotte e membro do Conselho de Diretoria de Can Xalant Centro de Creación y Pensamiento Contemporáneo [Centro de Criação e Pensamento Contemporâneo] de Mataró.
Realizou uma obra fotográfica, videográfica, instalações e intervenções no espaço público, que tomam o projeto arquitetônico como uma das construções imaginárias mais complexas da modernidade. Participou de numerosas exposições, intervenções e projetos in loco em diferentes lugares, como Irlanda, México, Bélgica, França, Itália, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina, Finlândia, Polônia, Israel e Palestina. [http://www.domenec.net]

Fadhila Mammar [Madrid]
Licenciada em Filologia Espanhola pela Universidade de Grenoble (França) e Tunísia, Mestrado em Migrações, Refúgio e Relações Intercomunitárias. É mediadora, e perita em Mediação Intercultural. É membro fundador do Conselho do Instituto Universitário de Investigação sobre Migrações, Etnicidade e Desenvolvimento Social (IMEDES) da Universidade Autônoma de Madrid. Na Espanha, foi Diretora Adjunta dos Programas de Quarto Mundo da ONG Médicos do Mundo. De 2005 a janeiro de 2009 dirigiu o Serviço de Mediação Social Intercultural (SEMSI) da cidade de Madrid (administrado pela Fundação Geral da Universidade Autônoma de Madrid). Atualmente é docente em cursos de mestrado e pós-graduação em numerosas universidades, assim como formadora e consultora em diversas instituições da Espanha e América Latina em temas de Mediação, Interculturalidade e Migrações.

EIA - EXPERIÊNCIA IMERSIVA AMBIENTAL [São Paulo]. Grupo aberto, estruturado em cada edição com diferentes participantes. Formado em 2004 com a intenção de pensar, atuar e intervir na cidade, sua proposta é ser um evento aberto à participação, gerando um período de imersão para a realização de ações conjuntas de diferentes partes da cidade de São Paulo. A EIA tem trabalhado como um grupo autogerenciado, no qual artistas e atores reúnem-se para gerar um território temporário de investigação artística. http://mapeia.wordpress.com http://www.mapeia.blogspot.com.

JAMAC [São Paulo]. Grupo interdisciplinar que propõe constituir, como alternativa artística e cultural, um conjunto de oportunidades para envolver os jovens da periferia numa ação positiva, resgatando para estes o direito à cidadania e fazendo com que a arte possa ser compartilhada, desenvolvida e motivo de participação social. Iniciativa da artista Mônica Nador, Jamac é configurado como um espaço aberto, com a realização de várias ações que chegam muito além do foco principal. Como espaço de prática artística, impulsionou a formação contínua com cursos que questionam a economia, a política e a filosofia, entre outros conhecimentos. [http://jamacdigital.wordpress.com]

IMARGEM [São Paulo]. Grupo interdisciplinar que propõe projetos ativistas e culturais na zona sul da cidade de São Paulo a partir da perspectiva ambiental, com ênfase no tema da água (Represa Billings). Propõe discussões e mobilizações em torno de questões de propriedade e pertencimento nas zonas urbanas através de narrativas audiovisuais, grafites, teatro, Hip Hop, skate, mobilidade, reciclagem e acessibilidade às atividades culturais e à cidadania a partir das margens [periferias] da cidade.

Ramon Parramon [Barcelona]. Diretor do ACVic Centre d’Arts Contemporànies [Centro de Artes Contemporâneas]. Desde 1999 dirige o projeto de arte IDENSITAT. Codiretor de mestrado em Design e Espaço Público no Elisava/Universitat Pompeu Fabra. Participou e organizou numerosos seminários, oficinas e foros de debate sobre arte e espaço social. Editou algumas publicações como Acciones Reversibles. Arte, Educación y Território[Ações Reversíveis, Arte, Educação e Território] (EUMO Editorial / ACVIC, 2010); Local / Visitante. Arte y Creación Contemporánea en el Espacio Social [Local / Visitante. Arte e Criação Contemporânea no Espaço Social (Idensitat, 2010); Arte, experiencias y territorios en proceso [Arte, experiências e territórios em processo] (Idensitat, 2008). Seu trabalho é desenvolvido com um interesse em projetos interdisciplinares e nas funções que pode exercer a arte em um contexto sóciopolítico específico. [http://idensitat.net]

Direção iD Bairro SP.01: Lilian Amaral e Ramon Parramon.

Inscrições
A inscrição nos seminários e oficinas é gratuita. Os interessados em participar das oficinas devem encaminhar currículo e um texto apresentando sua motivação. Para formalizar a inscrição, deve ser enviado um e-mail a idensitat@idensitat.netThis e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it . O prazo de inscrição termina em 8 de outubro. No caso dos seminários, as vagas são limitadas à capacidade do espaço. No caso das oficinas, os participantes serão selecionados através da documentação apresentada.

Local e datas
Seminário: 13 e 14 de outubro de 2010.
Oficina de projetos: 13-17 de outubro de 2010.
Centro Cultural da Espanha em São Paulo Av. Angélica, 1091
Higienópolis São Paulo, SP tel: + 55 11 3822.2627 contato@ccebrasil.org.brThis e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it
http://www.ccebrasil.org.br

iD Bairro SP.01 É um projeto de IDENSITAT em parceria com Lilian Amaral / Museu Aberto-Universidade de São Paulo, promovido pelo Centro Cultural da Espanha em São Paulo. Com o suporte do Ministério da Cultura, Governo da Espanha, Generalitat de Catalunya Consell Nacional de la Cultura i les Arts e Hangar. O projeto conta com parceria de outros sócios locais e será apresentado no contexto da programação dos Terreiros, na programação da 29ª Bienal de São Paulo.

IDENSITAT é um projeto de arte que pesquisa as formas de atuar sobre o espaço público através de propostas criativas em relação ao local, e o território a partir das dimensões física e social. Constitui uma plataforma de produção e investigação em rede na área artística, na qual experimentar novas formas de atuação e interação no espaço social. Os projetos desenvolvidos nas oficinas formarão parte do arquivo de Idensitat, com o objetivo de encontrar mecanismos de produção para aqueles que se ajustem a dinâmicas específicas vinculadas ao contexto local.

Fonte:http://www.idensitat.net/index.php?option=com_content&view=article&id=615:id-bairro-sao-paulo-sp01&catid=15:idcastactivitats-&Itemid=95

Líderes Mundiais se reúnem pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs)


Entre 20 e 22 de setembro, cerca de 150 Chefes de Estado e líderes da sociedade civil e da iniciativa privada se reuniram na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para a Reunião de Cúpula para a Revisão dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs). O objetivo do evento foi discutir planos de ação e ideias para que as metas nos países signatários dos ODMs ainda sejam alcançadas até 2015, superando os retrocessos na maioria dos países signatários.

Os ODMs são oito metas acordadas internacionalmente para diminuir a pobreza, a mortalidade materna e infantil, as doenças, as condições inadequadas de habitação, a desigualdade de gêneros e a degradação ambiental. Na prática, os ODM seriam a prova do comprometimento dos povos na reorientação dos esforços de cada um em relação ao desafio moral e ético da erradicação da pobreza extrema, algo que não tem sido correspondido pelas as ações dos países signatários.

"O relógio está trabalhando e resta muito a ser feito", advertiu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na abertura do evento. "Temos que enviar uma mensagem de esperança, vamos cumprir com o prometido", completou.

O secretário admitiu que a crise financeira atrasou o cumprimento das metas, mas ressaltou que ela não deve ser utilizada para justificar os retrocessos em relação ao combate à pobreza. Ban Ki-moon pediu aos Chefes de Estado e de Governo que proporcionem o investimento necessário, a ajuda e a vontade para acabar com a pobreza extrema. "Não há projeto global mais vantajoso", afirmou.

Com o título de Cumprindo a promessa: Unidos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, o documento definido ao final da cúpula reafirma o compromisso dos líderes mundiais com os ODMs e estabelece uma agenda de medidas concretas, baseada em exemplos de sucesso e lições aprendidas nos últimos dez anos para alcançar os objetivos até 2015.

Brasil em primeiro no combate à pobreza e à fome

De acordo com a segunda edição do relatório Quem está realmente combatendo a fome?, lançado dia 14 pela ActionAid, dos 28 países medidos, somente oito estão no caminho para atingir ambas as metas dos OMDs relacionadas à fome. Dos 20 países restantes, 12 estão retrocedendo em relação à uma ou mais metas. O Brasil lidera o ranking dos que mais combatem a fome e a pobreza seguido por China, Gana, Malauí e Vietnã.

Em menos de uma década, o Brasil reduziu mais da metade a prevalência de baixo peso entre crianças e fez bons progressos na redução da desigualdades e da pobreza extrema. Entre 2001 e 2006, a renda dos mais pobres cresceu 70% mais rápido do que o resto da população, ajudando a reduzir a pobreza que afetava 21 milhões de pessoas em 2003. Esse número diminuiu para 9 milhões de pessoas em 2008.

Para Francisco Menezes, diretor do Ibase, os motivos para o sucesso do Brasil são bastante claros. “Algumas políticas foram decisivas para esses resultados: a forte recuperação do valor real do salário mínimo, o crescimento do emprego formal, o número de famílias que recebem o Programa Bolsa Família e os reajustes em seu valor, as políticas de segurança alimentar e a articulação que vai se obtendo entre elas. Mas existiu um aspecto que foi fundamental para o êxito dessas políticas: a abertura para a participação social”, explica o diretor do Ibase, indicando que a ação firme do Estado para a implementação de políticas públicas em favor dos mais pobres, o esforço para cada vez mais integrar essas políticas e a participação popular em sua elaboração e acompanhamento são exemplos de medidas que servem para a maior parte dos países no combate à fome e pobreza.

Francisco Menezes ainda aponta que para o próximo governo fica o desafio de dar continuidade à redução da desigualdade, de fazer as políticas serem aplicadas de forma integrada e de ouvir cada vez mais a sociedade sobre os rumos que devem ser tomados no combate à fome e à pobreza. Nesse sentido, instituições como o Ibase seriam fundamentais.


“Precisamos cada vez mais ter a capacidade de argumentação e formulação de propostas para lograrmos novos avanços. A prática da denúncia, de dizer o que não queremos se tornou absolutamente insuficiente. Precisamos saber dizer o que queremos e como deve ser feito para viabilizar aquilo que queremos. É preciso ainda disputar os espaços públicos, trazendo nossas propostas e disposição de participação ativa”, afirma.

Fonte: http://www.ibase.br/modules.php?name=Conteudo&file=index&pa=showpage&pid=2935

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