O QUE A ONG FAZ...

"Um novo modo de pensar, para uma nova maneira de agir." É com esse lema que nós buscamos levar educação em direitos humanos, política e cidadania para todos que queiram discutir tais conceitos, acreditando que a partir da reflexão e discussão dos temas de interesse geral do cidadão, cada um tem a capacidade em si de transformar sua realidade.

COMO PARTICIPAR?

Você pode entrar em contato com a ONG Pensamento Crítico através do email pensamento_critico@pensamentocritico.org, ou nos visitar em nosso endereço: Rua Cristiano Viana, 841, CEP 05411-001, Pinheiros, São Paulo, SP ; pelo telefone 3228-4231; ou através de nossas mídias sociais.

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL PROPÕE NOVAS DISCUSSÕES PARA UM NOVO MUNDO

As atividades do Fórum Social Mundial - 10 anos, tiveram início com um relato sobre os dez anos de trabalho do FSM, reforçando a necessidade de se repensar e superar a conjuntura cultural e política da luta pelo poder.

As discussões foram balizadas, neste sentido, por propostas em prol da construção de uma sociedade marcada pela solidariedade, pelo desenvolvimento sustentável, pela fortificação das redes e dos movimentos sociais, visando à consolidação de uma política autônoma em relação às grandes potencias, como os Estados Unidos e a China e de um mundo sem grandes disparidades sócio-econômicas como o atual.

Vislumbrando a ofensiva pelo fim da concentração de capital e monopólio dos direitos, proveniente de um neoliberalismo avassalador, um dos grandes desafios sugeridos pelos participantes foi a mudança na mentalidade social quanto ao consumismo extremo, tão incentivado e cultuado no capitalismo neoliberal.

Vivemos numa era de consumo excessivo por parte de cerca de 20% da população mundial e em contrapartida uma fatia considerável da população mundial vive abaixo da linha da pobreza extrema, sem condições financeiras para se alimentar diariamente, embora exista recursos suficientes para toda a população do planeta, como explica o professor Dr. Ladislau Dowbor: “Com o que produzimos atualmente dá para todos viverem de maneira digna e confortável, o problema é que são produzidas coisas desnecessárias”.

No que toca à educação, pudemos perceber o notório resgate que se fez na história da educação brasileira e os diversos relatos sobre experiências educacionais tais como ocorrido na palestra "Perspectivas e desafios da educação sob foco da gestão democrática" pelo secretário de Educação de Umbu das Artes, Pedro Pontual, quando falava sobre a experiência de educação popular, as quais ele denominou como o "maior laboratório de desenvolvimento de políticas públicas". Nessa mesma palestra ele também apontou a necessidade de se superarem as condições de desigualdades já existentes em nosso País e que a transformação só ocorrerá através do diálogo entre os homens.

Já na palestra “Educação Popular no Contexto Urbano: Luta pela Moradia”, alguns palestrantes questionaram o papel da mídia no contexto educacional apresentando a televisão como mero canal de consumismo exacerbado, apontando a falta de conhecimento cientifico e cultural com o desconhecimento e alienação. Nessa mesma palestra o ativista do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, também abordou o papel da mídia dizendo que a "televisão no mundo contemporâneo é a ratoeira para pegar pobre, assim ele não pensa". Essa palestra teve como público alvo, moradores locais e estudantes, tendo como palestrantes uma mescla de militantes do MST e representantes do Governo.

A discussão girou em torno da busca por uma educação de melhor qualidade, e de grandes louvores ao movimento sem terra, mesmo tendo este ações questionáveis nos últimos tempos tendo em vista tudo que esta sendo apresentado nas mídias.

As mudanças sócio-ambientais que estão ocorrendo no século XXI também foram debatidas nas mesas do FSM 2010. Atualmente os sistemas educativos estão formando pessoas para um mundo que não vai existir futuramente. Conviveremos com outras condições ambientais e sociais, desta forma além de repensarmos como estamos vivendo, quais são as escolhas que estamos fazendo hoje, qual o mundo que estamos deixando para os nossos filhos e netos também devemos refletir sobre a instrução ministrada em nossas escolas. Como fazer com que a escola privilegie conteúdos relacionados com as novas realidades sócio-economicas-ambientais? Esse foi um desafio lançado para os educadores presentes ao FSM 2010.

Ainda, tratando de questões educacionais enfatizou-se a relevância de termos nos nossos quadros de professores, profissionais menos lecionares e mais articuladores, comprometidos com a formação para cidadania, ou seja, tendo em vista que para formar cidadãos reflexivos, críticos, autônomos e atores de suas próprias vidas, é necessário que os docentes propiciem uma instrução revolucionária e emancipatória viabilizando a conscientização e a libertação das amarras sociais.

Para melhorar sua produção os professores precisam de incentivos, sendo indispensável que o Estado coloque em prática uma política de valorização dos professores, com melhores condições de trabalho, e práticas salariais dignas. Além disso, “precisamos de um PNE – Plano Nacional de Educação - que contemple investir no mínimo 10% do PIB em educação” como explicou a Educadora Neiva Lazzarotto. O Brasil, que está empenhado em tornar-se a 5ª economia do mundo não pode continuar como no 88º lugar quando falamos do índice de desenvolvimento da educação, atrás de países mais pobres como Honduras, Equador e Paraguai.

Na grande maioria das mesas do FSM foram contempladas as seguintes temáticas: o problema da enorme concentração de renda (com destaque para o Brasil, uma das nações mais desiguais do mundo), a desigualdade socioeconômica mundial, os déficits educacionais brasileiros quando comparados com outros países, em especial com países da América Latina, e como os movimentos populares podem ser a chave para mudanças nessa sociedade com tantas contradições e disparidades. Muitas falas foram marcadas pela perspectiva de uma possível superação da ideologia neoliberal a partir dos movimentos populares.

Por onde começar para que um outro mundo livre da dominação capitalista torne-se realidade? Quais são as propostas? Estas questões ficaram em aberto, há muito a ser pensado e debatido, poucas foram as certezas, porém alguns apontamentos surgiram, tais como: necessitamos urgentemente de maiores investimentos em educação de qualidade e não apenas na universalização do ensino público no país, o governo deve fornecer incentivos aos pequenos agricultores ao invés de simplesmente se vangloriar com os altos investimentos fornecidos ao agro-negócio, além disso, o Estado precisa formular políticas que estimulem as pequenas e as micro-empresas ao invés de privilegiar as grandes corporações.

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